sexta-feira, 19 de abril de 2013

Criação literária

Hoje não publico um texto de meu nome. Ao invés, ponho à disposição de todos um apontamento de Francisco de Pan. Nasceu no século XIX mas já morreu no seguinte.
Muito influenciado pelas ideias modernistas e, em especial, de Fernando Pessoa, quis sempre com a sua escrita denunciar o que estava mal mas, principalmente, dar a sua visão não só do que se passava à sua volta mas do que é a vida. Fernando Pessoa não foi só sua influencia, foi mais que isso: Francisco viu naquele que muitos consideram o maior autor português de todos os tempos um mestre, tal como Alberto Caeiro ou Álvaro de Campos. Presença notória dessa admiração é a forma como se dirige a Pessoa na sua obra: «Mestre», sem nunca o ter conhecido. 
O excerto que aqui publico é duma obra que reflete a intervenção ideológica de Pessoa na sua literatura. Tal como o Livro do Desassossego, é como que uma compilação de intervenções soltas, de trechos, de reflexões profundas sobre aquilo que lhe vinha à mente para escrever. O Interlúdio dos Desassossegados - Memórias duma Parábola Crescente difere, no entanto, em várias coisas da obra atribuída a Bernardo Soares, desde o estilo de escrita ao tom ainda mais sarcástico que inunda muitos dos «trechos». 
Muito raro é, no entanto, o conhecimento deste autor e da sua obra, pois sempre preferiu por a sua obra na sombra, nunca quis ter um possível crédito ou fama que a obra poderia dar-lhe para não se quietar no mundo real como Pessoa quietou. 
Este excerto refere-se à criação poética e literária, vista por Francisco de Pan.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Força da Palavra

Temos assistido recentemente à proliferação de cada vez mais manifestações, onde grupos de pessoas entoam o nosso tão português “ Grândola Vila Morena”. Gosto quando as classificam como “perigosas”, porque o são, no seu sentido mais literal.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Aos Indignados

       Todos, hoje em dia, conhecem os tão famosos “Indignados” e o seu já tão célebre movimento. Tenho acompanhado pelas notícias esta indignação desde as suas primeiras manifestações, pela capital espanhola. E, pelo que tenho visto, os fundamentos em que estes jovens se baseiam são, mais ou menos, estes: por serem jovens recém-formados, têm direito a ter trabalho na sua área, naquela para a qual se formaram; também não têm culpa da crise mundial que se vem instalando nos últimos anos, por isso, o emprego que lhes é, por direito, devido (reparem no meu uso da palavra “emprego”), deve aparecer.


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

O Teatro do Poder

Num livro que li de Domingos Amaral, escritor que esteve em Tomar e na escola que frequento muito recentemente, houve uma passagem que me despertou especial interesse. Uma personagem diz, a determinada altura, que o que realmente interessa são as pessoas. Não são as ideologias que têm, nem os partidos que mais apoiam: o que é verdadeiramente importante são as pessoas por si só. E eu não poderia estar mais de acordo.

sábado, 19 de janeiro de 2013

Acordai



         Portugal, hoje em dia, ocupa um lugar irrelevante entre as nações – não influencia nada, não tem nada a dizer sobre nada e se não ficar bem calado sobre o seu próprio futuro, vem logo alguém em nosso auxílio para nos ajudar a saber calar a boca. É um facto que se revela bastante preocupante, particularmente para mim. Mas há que mudar esse estatuto, esse papel inexistente que hoje desempenhamos. Temos de acreditar em nós mesmos de que somos capazes de mudar tudo isso, quanto mais não seja pela enorme relevância e capacidade que demonstrámos no passado.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Jovens de Portugal


É muito difícil ser-se jovem responsável nos dias de hoje. É muito difícil passar o dia na escola, estar sentado nas mesas das salas de aula, com atenção à matéria dada e ao mais ínfimo pormenor dito pelos professores, escrever apontamentos nos cadernos, manter o estudo em dia, dar tudo por tudo, semana após semana, teste após teste, para que os resultados sejam melhores. Mas fazemo-lo e continuamos a fazê-lo porque fomos educados aprendendo que serão esses resultados o nosso passaporte para o futuro. No entanto, as pessoas que nos ensinaram a esforçarmo-nos, a dar tudo por tudo, a dar o nosso melhor em tudo o que fazemos, a lutar pelo que queremos alcançar, são as mesmas pessoas que quando nos encontram à mesa de jantar, todos os dias, falam, sem cessar, sobre todas as cargas fiscais a que se vêem constantemente sujeitos.